dimanche 9 décembre 2007

Velho Mundo

Debruçado sobre as paginas amareladas, ele a observava. Ela estava la, nos limites do campo de visão. Uma miragem.
A respiração lhe faltava. Não queria deter-se nos cabelos que acariciavam o veludo da pele de seus ombros.
Não era justo.
Ele havia portanto corrido, queimado aquela pequena centelha que lhe aparecera outrora, quando cruzara pela primeira vez aquele olhar escuro e estrelado. Lutara contra toda a crueldade do impossivel que gritava em sua febre o desgosto da pequena pontada no peito que nasce resignada com seu fim. Lutara simplesmente porque era preciso lutar... porque às vezes até ele se permitia sonhar e buscar um espectro de pressagio nos tecidos da vida. Mas o tempo tinha passado. Ele sabia que ela iria desaparecer, que finalmente levaria consigo as pontadas impertinentes que insistiam em se insinuar nos seus pensamentos. Assim fora.
Por um ano ele suspirou e dormiu, ignorando os leves semeados espalhados em sua nuca pela caricia fria da saudade. Eram apenas lembranças inexistentes de um sonho de sentido unico que diminuiria na abrasão do tempo para desaparecer no fundo do primeiro gole, do primeiro riso.
Apenas uma questão de tempo...
Et pourtant...
Ali estava ela. Como se aceitar suas quimeras com o meio-sorriso de um adulto para seu reflexo de criança tivesse apenas encorajado o espelho magico a voar em estilhaços, revelando-se uma simples parede de vidro de onde agora escapava aquele rosto infantil rangendo os dentes e gritando.
Ali estava ela, como se os dados da vida caissem no unico numero para o qual nunca se esta preparado.
Como se houvesse uma maneira de se preparar.
Como se ele pudesse não sofrer.
Como se algo novo pudesse ser esperado dos dias que se seguem como as contas de um amargo colar.
Sim. Ele realmente não queria, não esperava...
Mas ficou surpreso com o leve sorriso que brotava no canto dos seus labios.

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