jeudi 13 décembre 2007

Sophia e seus lares

Paris tem suas bibliotecas.
Elas se abrem aos poucos, recompensam a persistência e contam suas historias, contrariamente à maioria dos parisienses. Mas tudo bem: são velhas damas, acostumadas com a indiferença da maioria.
Elas deveriam inspirar as pessoas... mas fazer o que?
Seus namoros são acadêmicos. Primeiro vêm as publicas, grandes matronas que acolhem seus batalhões de leitores. Em seguida, a pudica da faculdade. Em suas mesas, fileiras de estudantes inexperientes carregando no corpo os vestigios da adolescência. Sua atmosfera é feira de paginas, tapetes e feromônios estatelados em palavras de protesto rabiscadas sobre os cantos das colunas e paredes. Quando somos jovens, sempre descobrimos a polvora. Tudo bem: ela tolera, professora condescendente que é. Ela acolhe as lagrimas das primeiras provas, os xingamentos dos deveres. é assim, ponto. O canto do eterno começo.
Em seguida vêm as reservadas, que mais esnobes e nem sempre mais profundas. Suas entradas permanecem fechadas diante dos olhos curiosos do estudante ainda nos primeiros degraus: "Aqui não entraras.". Elas não acolhem explosões de interesse momentâneo. São altivas para quem é preciso provar o valor mas, quando feita a prova, a recompensa é alta.
Finalmente, temos os cantos especiais. Ali encontramos o universo secreto das obras raras, preciosas. Ninguém pode vê-las, muitas vezes não se sabe que existem. Elas vivem à espera, pois sabem que aquele que conseguir toca-las ja passou por todas as barreiras, deixando para tras tantos cérberos. Nessas, ha apenas sorrisos. Nessas o papel é fértil e as horas, curtas demais. São essas que, como dizia o poeta, "abrem as portas como velhas amantes, sem saber que são minha mais nova namorada".

1 commentaire:

Giuliana a dit…

Filipe! Otávio foi quem me passou o endereço. Adorei essa expressão "lares de sophia", vou roubar pra mim ;)
Beijos, guri...