Saindo de cara para a Place de la Sorbonne, vire à direita. Desça a rua Victor Cousin até a praça Paul Painlevé. Passe pelo pequeno jardim, se quiser. Pare na frente de Montaigne para uma conversa de frio e bronze filosofico, mas continue seguindo.
Pegue a tortuosa rue de la Harpe, drible os paralelepipedos irregulares e os cheiros de queijos e churrasco grego. Pegue a rue de la Huchette, siga até o fim e você desembocara na rue de la Bûcherie. Numero 37.
Pronto.
A porta se fecha sobre o mundo. E te cospe no espectro dos universos à espera.
Todos os dias.
Sempre que posso e até fechar, fico la.
No andar de cima, cadeiras e colchões me esperam, felizem em me ver. Todos meus amigos me olham das estantes.
Companheiros de copo,
Colegas de choro,
Amigos de estrelas que dividem comigo a silueta da Notre-Dame recortada na janela.
Charlotte Higgins me fala de amor em latim, Terry Pratchett solta seus rolos de fumaça sorrindo por antecipação das piadas que vamos dividir. Will Shakespeare é grande, estatelado por todos os cômodos, o rosto dividido entre riso e chôro. Em algum lugar Michael Crichton conta suas historias incriveis, mas Tolstoi so pensa em ir embora, fugir, criança crescida.
Converso com cada um, nunca tanto quanto gostaria. Me apaixono, fico de mal, rio e abraço.
Quando a necessidade chama, abro a mala e o sotaque medieval de Jean de Meun se destaca entre os demais.
De repente, é hora de fechar. Vou embora, me perguntando sobre as sombras que às vezes passavam entre meus amigos e eu. Parecia que falavam algo,
Como se houvesse mundo fora do papel.
Coisa estranha...
lundi 25 février 2008
mercredi 20 février 2008
Paris, Paris...à vélo.
Paris tem o Vélib'. Para quem não sabe, é um sistema de bicicletas publicas que ficam ancoradas em pirulitos eletrônicos. Quem quer usa-las pode fazer uma assinatura anual ou pegar um ticket de um dia ou uma semana. é bom, barato e tira a gente dos buracos fedorentos do metrô parisiense.
A Fada, ciclista assumida e militante, afirma que o vélibista (nome que encontrou para os usuarios do vélib') não passa de um usuario do metrô que de vez em quando resolve pedalar um pouco para aproveitar do sol. Perdi a conta dos cafés que banharam nossas discussões acaloradas que vão buscar as raizes da cultura francesa onde dois individuos que partilham o prazer da bicicleta preferem quebrar o pau vendo qual é mais ciclista ao invés de abraçar a cumplicidade das preferências comuns. Mas fazer o que?
Sou um velibista profissional e assumo plenamente. Quando voltei para Paris com o coração nos calcanhares decidi que andar de bicicleta ia me fazer bem, e fez. Perdi cinco quilos, ganhei fôlego e de quebra conheci belos cantos que so se pode descobrir perdendo-se.
O velibista "profissional" é aquele que renuncia definitivamente à inércia do metrô. Faça chuva ou faça sol, ele esta sobre sua bicicleta, enchendo o saco dos taxistas no corredor de ônibus, passando os farois vermelhos e ameaçando os pedestres babacas que têm essa estranha mania de atravessar na faixa!
O velibista apalpa a bicicleta antes de retira-la, sacode, pedala no vazio... Ele conhece todos os macetes para pegar uma que seja perfeita. Estamos atualmente tentando adaptar esse maravilhoso conhecimento preventivo à escolha de uma mulher, mas resultados recentes mostram que apalpar, sacudir e pedalar no vazio não funciona com o gênero feminino (pelo menos não no começo do primeiro encontro).
Melhor mesmo são os trajetos, mas desses falarei depois.
A Fada, ciclista assumida e militante, afirma que o vélibista (nome que encontrou para os usuarios do vélib') não passa de um usuario do metrô que de vez em quando resolve pedalar um pouco para aproveitar do sol. Perdi a conta dos cafés que banharam nossas discussões acaloradas que vão buscar as raizes da cultura francesa onde dois individuos que partilham o prazer da bicicleta preferem quebrar o pau vendo qual é mais ciclista ao invés de abraçar a cumplicidade das preferências comuns. Mas fazer o que?
Sou um velibista profissional e assumo plenamente. Quando voltei para Paris com o coração nos calcanhares decidi que andar de bicicleta ia me fazer bem, e fez. Perdi cinco quilos, ganhei fôlego e de quebra conheci belos cantos que so se pode descobrir perdendo-se.
O velibista "profissional" é aquele que renuncia definitivamente à inércia do metrô. Faça chuva ou faça sol, ele esta sobre sua bicicleta, enchendo o saco dos taxistas no corredor de ônibus, passando os farois vermelhos e ameaçando os pedestres babacas que têm essa estranha mania de atravessar na faixa!
O velibista apalpa a bicicleta antes de retira-la, sacode, pedala no vazio... Ele conhece todos os macetes para pegar uma que seja perfeita. Estamos atualmente tentando adaptar esse maravilhoso conhecimento preventivo à escolha de uma mulher, mas resultados recentes mostram que apalpar, sacudir e pedalar no vazio não funciona com o gênero feminino (pelo menos não no começo do primeiro encontro).
Melhor mesmo são os trajetos, mas desses falarei depois.
lundi 18 février 2008
Fée de moutarde
Chegou do nada, falando "oi"!
Em sua bicicleta preta envenenada de campainha e cesta de vime, ela desenha as ruas de Paris.
Quando de salto alto, tenho que olhar para cima para encontrar seus olhos. é melhor, pois tenho que passar pelo seu sorriso e o caminho se torna mais belo.
Quando em casa, ela escreve dos pães que faz e me conta dos seus pais em Dijon, de caminhadas na floresta e outras tantas alegrias.
Geniosa, ela discute até te convencer de seu ponto de vista ou o contrario... e sai emburrada. Mas isso ainda não vi.
De repente me conta de livros.
E some na multidão deixando um rastro de fagulhas e polen de mostarda.
Sobra um "dring dring" flutuando na esquina
E um pequeno sorriso no canto da minha boca.
Em sua bicicleta preta envenenada de campainha e cesta de vime, ela desenha as ruas de Paris.
Quando de salto alto, tenho que olhar para cima para encontrar seus olhos. é melhor, pois tenho que passar pelo seu sorriso e o caminho se torna mais belo.
Quando em casa, ela escreve dos pães que faz e me conta dos seus pais em Dijon, de caminhadas na floresta e outras tantas alegrias.
Geniosa, ela discute até te convencer de seu ponto de vista ou o contrario... e sai emburrada. Mas isso ainda não vi.
De repente me conta de livros.
E some na multidão deixando um rastro de fagulhas e polen de mostarda.
Sobra um "dring dring" flutuando na esquina
E um pequeno sorriso no canto da minha boca.
mardi 15 janvier 2008
vendredi 11 janvier 2008
Nuit Blanche
Mais uma noite em claro...
Por volta das duas, não vale mais a pena tomar comprimido. Não quando se deve acordar às sete. Não quando se sabe que faltar no seminario significa perder o semestre.
Enquanto a noite vai passando, a televisão cospe seus programas sem graça, os livros se tornam perigosos e queremos sacudir o mundo para ver cairem os prédios.
Quando a angustia atinge seu apice, por volta das cinco e meia, parimos textos febris. Depois, o cansaço. Levantamos os olhos da folha ou da tela, e vemos la fora a vida que começa a renascer.
A verdadeira felicidade é um sono sem sonhos.
Por volta das duas, não vale mais a pena tomar comprimido. Não quando se deve acordar às sete. Não quando se sabe que faltar no seminario significa perder o semestre.
Enquanto a noite vai passando, a televisão cospe seus programas sem graça, os livros se tornam perigosos e queremos sacudir o mundo para ver cairem os prédios.
Quando a angustia atinge seu apice, por volta das cinco e meia, parimos textos febris. Depois, o cansaço. Levantamos os olhos da folha ou da tela, e vemos la fora a vida que começa a renascer.
A verdadeira felicidade é um sono sem sonhos.
Everlong
"And I wonder
When I sing along with you
If everything could ever feel this real forever
If anything could ever be this good again
The only thing I'll ever ask of you
You've got to promise not to stop when I say when... "
Foo Fighters - Everlong
« Pois então diga… »
Foi o que ele ouviu antes de perder apoio no vazio do silêncio. De repente o mundo emudeceu. Não era o vento gelado que varria a imensa esplanada da biblioteca François Mitterrand. Não era o cinza-chumbo do céu nem os prédios imponentes que os cercavam como quatro monstruosos livros abertos em suas paginas de concreto e vidro. Era ela.
E mais nada.
Não saberia dizer como chegara até ali, nem por que entrelaçamento das malhas de decisões e destinos ela estava la, parada na sua frente.
O sangue subiu-lhe à face. Ele precisava falar, queria falar, mas a barreira de repente se tornara grande demais. Desaparecidas as grades de toda eloquência, as palavras hesitavam diante da liberdade. Era tão mais facil ter que se domar e viver com a doce frustração do segredo, as pequenas esperanças e minúsculas vitórias do querer, do ver e não tocar...
E de repente, por algum motivo que naquele momento lhe escapava, a fronteira havia sido cruzada. Naquele momento as lembranças desfizeram a malha dos dias passados amontoados no ângulo morto da vida para rever todas as pequenas coisas que fizeram-nos convergir para aquele instante que dissolvera o mundo. Ali estava ela, olhando-o, esperando.
“Pois então diga...”
Tentou, em vão, ler algo no seu rosto. Os profundos olhos castanhos efervesciam e, atrás das pequenas constelações que ele às vezes contava, reluzia no escuro a inteligência como uma navalha, pronta a ser desdobrada. Sem sorrir, sem nervosismo, com a neutralidade dos que têm a segurança de saber quem são, ela esperava suas palavras. Ele queria rir, contar uma piada ou falar do tempo, mas era tarde demais. Pedira toda a sua atenção, e seu desejo havia sido atendido. Não havia para onde correr.
De repente, o chão sob seus pés.
O Vento.
A Vida.
Precisava falar. Que se explodam as conseqüências.
“Não tenho por onde começar, nem por onde terminar. Estou ainda perdido em um mundo que não conheço, fora por alguns pequenos, insignificantes detalhes.
Se te pedi para vir até aqui, foi para te dizer que gosto desse mundo que descobri. Que gosto de me perder nele, e que à medida que comecei a conhecê-lo, a cada dia desenterro um novo tesouro, vejo novos horizontes de uma beleza inesperada.
Se te pedi para vir até aqui, é porque quero morar em um canto da sua tristeza para saber se, um dia, você me abrirá uma porta para a felicidade... porque prefiro partilhar o peso da sua vida a mastigar o vazio da minha.
Acredite: faz ja algum tempo que minha consciência é grande demais apenas para mim. Não quero que você cure minha vida... apenas estar nela e, se quiser, me deixar entrar um pouco na sua. Mas você é a estrela cadente e eu, um mero caçador de borboletas.
Mesmo assim, não consigo deixar de sonhar.
Esse mundo tem realidade demais, e sei que ela esta contra mim.
Mas se te chamei até aqui, se tive coragem de falar até agora, é para te dizer apenas isso:
Te quero para um sonho. A realidade que apareça quando puder”.
Deixou o vento levar para longe as ultimas palavras, enfiou a mão no bolso à procura de um cigarro que acendeu e deixou queimando no canto da boca, baixou a venda sobre os olhos e atou os punhos atrás das costas. Tragou longamente, esperando a ordem de “fogo”, e soltou a fumaça.
Que subiu
Como um anjo no céu de Paris.
When I sing along with you
If everything could ever feel this real forever
If anything could ever be this good again
The only thing I'll ever ask of you
You've got to promise not to stop when I say when... "
Foo Fighters - Everlong
« Pois então diga… »
Foi o que ele ouviu antes de perder apoio no vazio do silêncio. De repente o mundo emudeceu. Não era o vento gelado que varria a imensa esplanada da biblioteca François Mitterrand. Não era o cinza-chumbo do céu nem os prédios imponentes que os cercavam como quatro monstruosos livros abertos em suas paginas de concreto e vidro. Era ela.
E mais nada.
Não saberia dizer como chegara até ali, nem por que entrelaçamento das malhas de decisões e destinos ela estava la, parada na sua frente.
O sangue subiu-lhe à face. Ele precisava falar, queria falar, mas a barreira de repente se tornara grande demais. Desaparecidas as grades de toda eloquência, as palavras hesitavam diante da liberdade. Era tão mais facil ter que se domar e viver com a doce frustração do segredo, as pequenas esperanças e minúsculas vitórias do querer, do ver e não tocar...
E de repente, por algum motivo que naquele momento lhe escapava, a fronteira havia sido cruzada. Naquele momento as lembranças desfizeram a malha dos dias passados amontoados no ângulo morto da vida para rever todas as pequenas coisas que fizeram-nos convergir para aquele instante que dissolvera o mundo. Ali estava ela, olhando-o, esperando.
“Pois então diga...”
Tentou, em vão, ler algo no seu rosto. Os profundos olhos castanhos efervesciam e, atrás das pequenas constelações que ele às vezes contava, reluzia no escuro a inteligência como uma navalha, pronta a ser desdobrada. Sem sorrir, sem nervosismo, com a neutralidade dos que têm a segurança de saber quem são, ela esperava suas palavras. Ele queria rir, contar uma piada ou falar do tempo, mas era tarde demais. Pedira toda a sua atenção, e seu desejo havia sido atendido. Não havia para onde correr.
De repente, o chão sob seus pés.
O Vento.
A Vida.
Precisava falar. Que se explodam as conseqüências.
“Não tenho por onde começar, nem por onde terminar. Estou ainda perdido em um mundo que não conheço, fora por alguns pequenos, insignificantes detalhes.
Se te pedi para vir até aqui, foi para te dizer que gosto desse mundo que descobri. Que gosto de me perder nele, e que à medida que comecei a conhecê-lo, a cada dia desenterro um novo tesouro, vejo novos horizontes de uma beleza inesperada.
Se te pedi para vir até aqui, é porque quero morar em um canto da sua tristeza para saber se, um dia, você me abrirá uma porta para a felicidade... porque prefiro partilhar o peso da sua vida a mastigar o vazio da minha.
Acredite: faz ja algum tempo que minha consciência é grande demais apenas para mim. Não quero que você cure minha vida... apenas estar nela e, se quiser, me deixar entrar um pouco na sua. Mas você é a estrela cadente e eu, um mero caçador de borboletas.
Mesmo assim, não consigo deixar de sonhar.
Esse mundo tem realidade demais, e sei que ela esta contra mim.
Mas se te chamei até aqui, se tive coragem de falar até agora, é para te dizer apenas isso:
Te quero para um sonho. A realidade que apareça quando puder”.
Deixou o vento levar para longe as ultimas palavras, enfiou a mão no bolso à procura de um cigarro que acendeu e deixou queimando no canto da boca, baixou a venda sobre os olhos e atou os punhos atrás das costas. Tragou longamente, esperando a ordem de “fogo”, e soltou a fumaça.
Que subiu
Como um anjo no céu de Paris.
vendredi 4 janvier 2008
A Resposta
Chegou inesperada, é verdade. Ou talvez não: como parte do mundo de compromissos insignificantes, era apenas uma devoluçao educade de um cumprimento.
Ainda assim, ele engasgou ao vê-la brilhar na tela, ali mesmo onde, alguns dias mais cedo, havia destilado o que lhe restava de estrelas cadentes para condensar uma frase simples. "What goes around, comes around"... ditado incontestavel para a raiva e a vingança, mas nunca para o amor.
Sim: amor. Porque era isso, e não outra coisa. Ele não ousava se repetir a breve e magica palavra. Quais eram, afinal, as garantias? Que tipo de amor, que grau de gostar traduzia seu sentimento? Como ousar afirmar estar amando do alto de seus relativos poucos anos e na época em que vivia?
Não: outra coisa. Algo mais, um engano, uma miragem cruel. Amar é mais dificil que isso. é mais que uma imagem, mais que uma brisa empurrando os passos um apos o outro rumo a Ela. Amar é muito, mas não esse estranho estar que enchia de suspiros o ar parado do quarto: Amar não é suspirar:
" é estar distraido."... talvez,
"é morrer cada dia um pouco", diria outro.
Além das verdades de outrém, abaixo dos dogmas sussurrados pelos grandes, ele sentia naquele fim de noite seu proprio veredito se condensar em uma pequena frase anodina, brilhante, singela, indiferente:
"obrigada pelos seus belos votos de ano novo, os quais eu retorno: que você tenha um 2008 cheio de pequenas e grandes alegrias"
Lendo e relendo, ele confirmava suas perguntas, desestabilizava suas respostas. Seu olhar se embaralhava em um redemoinho de desejos e murmurios, musica de madrugada, como as gotas de chuva iluminadas por uma fraçao de segundo no facho de luz da luminaria.
E como a chuva silenciosa que banhava a madrugada parisiense, ele se deixou cair, lentamente, na ilha flutuante dos apaixonados que fogem o dia, sonhando em um pedaço de nada, como haveria de ser a sua escolha no espectro infinito de tudo o que declina o amor.
Amar é criar. Pouco importa o real.
Ainda assim, ele engasgou ao vê-la brilhar na tela, ali mesmo onde, alguns dias mais cedo, havia destilado o que lhe restava de estrelas cadentes para condensar uma frase simples. "What goes around, comes around"... ditado incontestavel para a raiva e a vingança, mas nunca para o amor.
Sim: amor. Porque era isso, e não outra coisa. Ele não ousava se repetir a breve e magica palavra. Quais eram, afinal, as garantias? Que tipo de amor, que grau de gostar traduzia seu sentimento? Como ousar afirmar estar amando do alto de seus relativos poucos anos e na época em que vivia?
Não: outra coisa. Algo mais, um engano, uma miragem cruel. Amar é mais dificil que isso. é mais que uma imagem, mais que uma brisa empurrando os passos um apos o outro rumo a Ela. Amar é muito, mas não esse estranho estar que enchia de suspiros o ar parado do quarto: Amar não é suspirar:
" é estar distraido."... talvez,
"é morrer cada dia um pouco", diria outro.
Além das verdades de outrém, abaixo dos dogmas sussurrados pelos grandes, ele sentia naquele fim de noite seu proprio veredito se condensar em uma pequena frase anodina, brilhante, singela, indiferente:
"obrigada pelos seus belos votos de ano novo, os quais eu retorno: que você tenha um 2008 cheio de pequenas e grandes alegrias"
Lendo e relendo, ele confirmava suas perguntas, desestabilizava suas respostas. Seu olhar se embaralhava em um redemoinho de desejos e murmurios, musica de madrugada, como as gotas de chuva iluminadas por uma fraçao de segundo no facho de luz da luminaria.
E como a chuva silenciosa que banhava a madrugada parisiense, ele se deixou cair, lentamente, na ilha flutuante dos apaixonados que fogem o dia, sonhando em um pedaço de nada, como haveria de ser a sua escolha no espectro infinito de tudo o que declina o amor.
Amar é criar. Pouco importa o real.
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